Cidade verde: 22 espécies indicadas de árvores para calçada

Bela Gebara Arquitetura


Atualizado em 18.04.24

Escolher a árvore para calçada requer cuidado, afinal a decisão vai além da estética. A seleção deve levar em conta questões como o espaço disponível, o clima da região, as características do solo, e principalmente, a interação com as infraestruturas urbanas. Dessa forma, é possível contribuir de forma efetiva no equilíbrio do ambiente, no combate à poluição e na melhora do visual urbano e da fachada da casa. Veja dicas e espécies indicadas.

Como escolher a árvore ideal?

Há cidades, como São Paulo, que possuem parâmetros específicos para a arborização de vias, como distanciamentos da muda a ser plantada em relação aos elementos do entorno, espécies de árvores indicadas para cada local e outras diretrizes, como o estabelecimento de canteiros e faixas permeáveis no passeio urbano. Caso tenha dúvidas, consulte a prefeitura de sua cidade para obter orientações claras.

Para começar, analise seu espaço, observe a via e se há a presença de postes e fiação. Segundo a arquiteta e paisagista Celina Hirata, “em ruas estreitas e com rede elétrica, o ideal são árvores de porte pequeno.” É importante também levar em conta o tipo de folhagem, época de floração, o sistema de raízes, a atração de pássaros e animais silvestres. Também evite árvores com frutos muito grandes, que podem cair sobre pessoas ou carros. Dar preferência por espécies que sejam nativas colabora tanto com o ambiente, quanto com a comunidade. Afinal, essas espécies já estão adaptadas ao clima da região e ajudam a preservar a biodiversidade local.

Foto de arvore para calcada 2 ok - 1

Foto: Reprodução /Secretaria do Verde e Meio Ambiente

Sobre o tipo de folha, a paisagista Clariça Lima, explica que ao se pensar na manutenção e na segurança de um local com muita circulação de pessoas, essa característica influencia sim na escolha da árvore. “Próximo à calhas é interessante árvores com folhas maiores e mais persistentes, para facilitar a manutenção. Árvores com folhas caducas, ou seja quem caem, são ótimas para garantirem maior incidência solar em épocas mais frias, uma vez que formam sombra somente nas estações mais chuvosas e quentes. Folhas de palmeiras podem ser perigosas devido ao peso, devendo ser evitadas nas áreas com muita passagem”, explica.

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22 árvores para embelezar sua calçada

Conheça árvores que são indicadas para o plantio urbano. Em geral, são espécies de pequeno a médio porte e sem raízes agressivas. Veja as principais características de cada que vão te ajudar no cultivo, e caso necessário, busque orientações nos órgãos públicos para um plantio e manejo correto.

1. Araçá (Psidium cattleianum)

O araçá é uma árvore nativa da Mata Atlântica, com ocorrência do Rio Grande do Sul até a Bahia. Sua copa é arrendondada e possui pequeno porte, podendo atingir de 3 a 6 m de altura, por isso é indicada para o plantio urbano. Aprecia principalmente o clima tropical e subtropical. Produz uma floração branca e posteriormente, pequenos frutos comestíveis. Não perde suas folhas no outono e é muito atraente para abelhas.

  • Altura: de 3 a 6 m;
  • Floração: de setembro a novembro;
  • Frutos: amadurecem entre dezembro e março.

2. Aroeira salsa (Schinus molle)

A aroeira salsa é uma espécie nativa da América do Sul, com ocorrência principalmente no Sul do Brasil. É uma espécie resistente às seca e solos pobres, também suporta geadas. É considerada de porte médio e pode atingir de 4 a 8 m. Apresenta ramos pendentes, flores pequenas, de cor amarela e seus frutos são muito apreciados pelas aves.

  • Altura: de 4 a 8 m;
  • Floração: de agosto a novembro;
  • Frutos: sim, mas não são comestíveis. Amadurecem entre dezembro a março.

3. Caroba (Jacaranda cuspidifolia)

Foto de arvore para calcada 03 - 4

Murilo Antonio Soares

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A caroba, também conhecida como jacarandá-de-minas é uma espécie muito utilizada em ações de reflorestamento e na arborização urbana, devido ao seu crescimento rápido. É uma árvore com ocorrência natural de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. É considerada pouco agressiva, de porte médio e extremamente ornamental, principalmente quando florida. Perde suas folhas no final do inverno e, logo depois, apresenta uma floração coloração rósea. É indicada para o paisagismo de ruas sem fiação elétrica.

  • Altura: de 8 a 12 m;
  • Floração: de setembro a dezembro;
  • Frutos: não comestíveis.

4. Carobinha (jacaranda puberula)

Da mesma forma que a caroba, essa árvore é muito ornamental e muito utilizada na arborização urbana. É uma espécie de porte menor, ideal para ruas estreitas. É nativa da Mata Atlântica, com ocorrência principalmente na região sul. Pode ser cultivada em quase todo o país, mas necessita de bastante sol. Sua floração lilás é muito ornamental e bastante apreciada no paisagismo de praças e parques.

  • Altura: de 4 a 7 m;
  • Floração: de agosto a setembro;
  • Frutos: não comestíveis. Amadurecem entre fevereiro a março.

5. Cambucizeiro (Campomanesia phaea)

O cambucizeiro é bastante conhecido por seu fruto em formato de disco e com sabor ácido, muito utilizado em sucos, doces e geleias. É uma espécie semidecídua, e apresenta alto valor ornamental em sua fase de frutificação. É nativa da Mata Atlântica, considerada de médio porte e bastante atrativa para aves.

  • Altura: de 10 a 20 m;
  • Floração: setembro a novembro;
  • Frutos: sim, comestíveis. Amadurecem do final do verão até o outono.

6. Candelabro (Erythrina speciosa)

Também conhecida como mulungu, essa espécie é muito cultivada como arvoreta ornamental em jardins e passeios urbanos. Apresenta uma inflorescência de vermelha em formato de candelabro. É muito apreciada por beija-flores e produz boa sombra no verão. Suas folhas caem no inverno, durante sua floração. É nativa da Mata Atlântica e aprecia terrenos à beira de rios e no litoral.

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  • Altura: de 3 a 5 m;
  • Floração: final do inverno e início de primavera;
  • Frutos: não comestíveis, amadurecem entre outubro e novembro.

7. Cássia-do-nordeste (Senna spectabilis)

É uma planta nativa de regiões tropicais da América do Sul, como o Nordeste do Brasil. Mas adapta-se bem ao diversos climas do país. É apreciada por seu crescimento rápido, por sua copa arrendondada com folhagem exuberante e uma vistosa floração amarela.

  • Altura: de 6 a 9 m;
  • Floração: dezembro a abril;
  • Frutos: sim, não comestíveis. Amadurecem entre agosto e setembro.

8. Cerejeira-do-rio-grande (Eugenia involucrata)

Essa árvore nativa é considerada de porte médio e pode chegar até 12 metros de altura. Sua copa é decídua e seu tronco reto e liso. É uma opção de árvore frutífera, bastante atrativa para aves e que pode ser plantada em calçadas, ruas estreitas ou jardins.

  • Altura: de 5 a 12 m;
  • Floração: setembro a outubro;
  • Frutos: sim, amadurecem entre outubro e dezembro.

9. Jabuticabeira (Plinia cauliflora)

A jabuticabeira é uma árvore brasileira famosa por seus pequenos frutos comestíveis redondos de casca roxa, a jabuticaba. Não possui raízes grandes, bastante apreciada pela fauna e considerada de pequeno a médio porte. Sua copa é frondosa e bastante ramificada com pequenas folhas.

  • Altura da planta: de 4 a 8 m;
  • Floração: maio a julho;
  • Frutos: sim, comestíveis, amadurecem de outubro a dezembro.

10. Chuva-de-ouro (Cassia ferruginea)

É uma árvore originária do Brasil e notável por sua exuberante floração amarela. É uma excelente opção para calçadas por não possuir raízes agressivas, ter crescimento rápido e ser de porte médio. Sua floração aparece no verão, com cachos, causando um efeito visual impressionante. Suas flores são muito atrativas para borboletas e abelhas. Adapta-se a locais de climas subtropicais e tropicais e tolera curtos períodos de estiagem.

  • Altura: de 5 a 10 m;
  • Floração: verão;
  • Frutos: suas sementes são tóxicas.

11. Escova-de-garrafa (Callistemon viminalis)

É uma árvore exótica, nativa da Austrália. Vive bem no clima tropical e subtropical, adaptando-se a maioria das regiões do Brasil. Tem pequeno porte e se destaca com suas inflorescências cilíndricas que parecem escovas para lavar garrafas. É muito atrativa para beija-flores.

  • Altura: de 4 a 5 m;
  • Floração: durante o ano todo, com maior abundância na primavera;
  • Frutos: sim, no verão.

12. Resedá (Lagerstroemia indica)

Conhecida como extremosa ou resedá, essa espécie é nativa do sudoeste da Ásia. É facilmente encontrada em grande parte do território nacional, pois se adequa facilmente a diversos tipos de clima. Tem porte pequeno, ideal para ser plantada embaixo da fiação elétrica e possui raízes superficiais. No inverno suas folhas adquirem um tom avermelhado e caem. Suas flores surgem em formato de buquê, com pétalas de tons rosa, lilás e branco. É atrativa para diversos polinizadores.

  • Altura: de 3 a 8 m;
  • Floração: novembro a fevereiro;
  • Frutos: não comestíveis.

13. Flamboyant-mirim (Caesalpinia pulcherrima)

É uma árvore indicada para áreas urbanas por possuir pequeno porte, atingido de 3 a 4 metros de altura. É nativa da América Central e possui rápido crescimento. Suas flores dispostas em cachos são de tons vermelhos, alaranjados ou amarelos e possuem alto valor ornamental. Sua raiz é pivotante e portanto, não se espalha pelo solo podendo romper calçadas.

  • Altura: de 3 a 4 m;
  • Floração: setembro a abril;
  • Frutos: não comestíveis, surgem entre maio e junho.

14. Ipê (Tabebuia sp)

O ipê é um gênero de árvores, em sua maioria nativas do Brasil. Seu nome vem do tupi e significa casca dura. É uma árvore facilmente encontrada em diversas regiões do país e possui uma floração exuberante, sem a presença de folhas, que pode ser encontrada em diversas cores, como amarelo, branco, rosa ou roxo. De médio a grande porte, dependendo da espécie, é amplamente utilizada no paisagismo urbano.

  • Altura: de 4 a 35 m;
  • Floração:: de agosto a setembro;
  • Frutos: Sim, não comestíveis. Amadurecem entre o fim de Setembro e meio de Outubro.

15. Jasmim-manga (Plumeria rubra)

O jasmim-manga é uma árvore exótica, com flores delicadas e bastante perfumadas. Sua floração pode ter tons de branco, amarelo ou rosa. Não é uma espécie tolerante ao frio, nem às geadas. Possui alto valor ornamental, principalmente como destaque em fachadas.

  • Altura de 3 a 8 m;
  • Floração: inverno e primavera;
  • Frutos: não comestíveis.

16. Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolia)

É uma árvore natural da América do Sul, de pequeno a médio porte, que raramente precisa de poda. Possui uma copa bem densa e é uma espécie bem resistente à variações de temperaturas e à seca. Possui flores pequenas, de cor amarelo-pálida, bastante atrativa para abelhas. Seus frutos são pequenas bolinhas cor-de-rosa, que são conhecidos como pimenta-rosa, que podem condimentar pratos ou drinks e são muito apreciados por aves.

  • Altura: de 5 a 10 m;
  • Floração: verão;
  • Frutos: comestíveis, amadurecem de abril a junho.

17. Manacá da Serra (Tibouchina mutabilis)

O manacá-da-serra é uma espécie nativa da Mata Atlântica, principalmente na região da Serra do Mar. Possui crescimento rápido, porte pequeno e raízes pouco agressivas. Além disso, possui belíssimas flores que mudam de cor ao longo do ciclo. Nascem branca, ficam rosadas e morrem roxas.

  • Altura: de 7 a 12 m;
  • Floração: novembro a fevereiro;
  • Frutos: não comestíveis, amadurecem entre fevereiro e março.

18. Oiti (Licania tomentosa)

O oiti é uma árvore frutífera, nativa do Brasil. De grande porte e com uma frondosa copa, oferece uma sombra farta, sendo ideal para calçadas, praças e parques. Suas flores não são consideradas ornamentais, mas atraem pássaros e abelhas. Seus frutos possuem casca amarela e sabor doce.

  • Altura: de 9 a 12 m;
  • Floração: de junho a agosto;
  • Frutos: sim, comestíveis, amadurecem entre janeiro e março.

19. Magnólia amarela (Michelia champaca)

É uma árvore originária da Ásia e famosa pelo perfume de suas flores. É considerada de médio porte com ampla copa, e embora seja uma árvore exótica, é muito utilizada na arborização urbana. Adapta-se a regiões de clima tropicais e subtropicais, tolerando leves geadas.

  • Altura : de 7 a 10 m;
  • Floração: de outubro a novembro;
  • Frutos: sim, amadurecem entre novembro a março.

20. Pitangueira (Eugenia uniflora)

É uma árvore nativa do Brasil, de pequeno a médio porte, podendo ser cultivada facilmente em qualquer parte do país. É muito indicada para arborização urbana e áreas de reflorestamento. Suas flores são pequenas e atrativas para abelhas. Já seus frutos são conhecidos como pitangas e atraem diversos tipos de pássaros. Também podem ser usados em geleias e sucos. Já suas folhas podem ser consumidas em chá.

  • Altura: de 6 a 12 m;
  • Floração: de agosto a novembro;
  • Frutos: Sim, amadurecem entre outubro e janeiro.

21. Pata-de-vaca (Bauhinia variegata)

A pata-de-vaca é uma planta originária da China e da Índia, e apesar de ser uma espécie exótica, é muito popular na arborização urbana no Sul do Brasil. Possui porte médio e rápido crescimento, sendo muito utilizada em calçadas e jardins. Suas folhas lembram a pata do animal. Apresenta um florescimento vistoso, de cor lilás, que lembram orquídeas e atrai muitos polinizadores e aves.

  • Altura: de 6 a 12 m;
  • Floração: meados do inverno até final da primavera;
  • Frutos: Sim, não comestíveis. Amadurecem entre julho e agosto.

22. Quaresmeira (Tibouchina granulosa)

É uma árvore de porte médio, com ocorrência natural nos estados do Sudeste brasileiro. É semidecídua, perdendo apenas parte de suas folhas no inverno. Floresce, geralmente, duas vezes no ano, com flores de tons arroxeados.

  • Altura : de 8 a 12 m;
  • Quando floresce: de junho a agosto e de dezembro a março;
  • Frutos: Não comestíveis. Amadurecem entre abril e maio, e fim de julho para agosto.

Todas as dicas de espécies também são válidas para a decoração com a utilização de árvores em jardins e quintais. Para casas mais rústicas, jabuticabeiras, paineiras e flamboyants combinam muito bem, pois remetem às antigas fazendas. Já para casas com a linha mais moderna, mirindibas são opções incríveis e bastante elegantes. Os tatarés, com um formato de tronco escultural, já servem para um jardim mais minimalista.

Cuidados com o plantio de árvores na calçada

  • Antes de plantar é necessário que o canteiro tenha um tamanho adequado para espécie escolhida e não esteja muito próximo aos muros ou equipamentos urbanos, como lixeiras, caixa de inspeção, bocas de lobo ou guia rebaixada, entre outros.
  • Garanta uma área permeável em volta da árvore, permitindo espaço para o desenvolvimento das raízes e a correta infiltração de água e aeração do solo;

  • Depois de plantar, é preciso cuidar da muda e fazer as regas, em dias alternados;
  • Caso necessário, coloque uma proteção ao redor da muda para que não sofra com pisoteios;
  • Nos primeiros dois anos é recomendável que se faça a rega nos meses sem chuva;
  • Os brotos laterais e na base da muda devem ser periodicamente removidos para que ela tenha mais força. “Isto ajuda na formação da árvore, evitando que se torne um arbusto e prejudique a passagem de pedestres quando plantada na calçada. Lembrando que podas de árvore na cidade de São Paulo são proibidas, devendo ser feitas exclusivamente pelos técnicos da Prefeitura, que podem ser solicitados no número 156”, explica Celina.

O que o plantio errado pode ocasionar?

É preciso tomar cuidado com o plantio errado. Afinal, além de prejudicar a árvore, você também pode sofrer com os danos. Uma árvore com sistema de raízes muito superficiais ou agressivas podem romper calçadas e prejudicar instalações urbanas. Já árvores de grande porte e com copas volumosas podem causar interferências na rede elétrica. Além disso, é bom evitar árvores tóxicas, espécies exóticas invasivas e com frutos grandes, como a mangueira e o abacateiro, que podem trazer danos as pessoas e a fauna.

Além do mais, verifique sempre o espaço é adequado para espécie escolhida. E para deixar a frente da sua casa mais bonita, confira ideias de muros de casas.

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Mário Robson
Mário Robson

Parabéns !!! Pela matéria. Muito pratico.