Entre pinheiros e o clima serrano de Campos do Jordão, a Casa das Araucárias, assinada pelo escritório Arkitito Arquitetura, nasce do desejo de viver em sintonia com a natureza. Desde a escolha do terreno até a implantação dos volumes, tudo foi pensado para preservar a vegetação nativa e valorizar os desníveis naturais do lote. Um projeto que transforma luz, paisagem e arquitetura em uma experiência acolhedora, com conforto térmico, integração ao entorno e beleza discreta que se revela aos poucos.
Conheça a especialista
Andressa Oliveira é arquiteta e urbanista especialista no cultivo de plantas em casa e com experiência em projetos arquitetônicos e de interiores.
Volumes, vazios e vegetação: uma casa que nasce do entorno
Desde o início, a Casa das Araucárias foi concebida para respeitar e valorizar a paisagem. A escolha do terreno, com leve desnível e cercado por araucárias, não foi acaso: atendeu diretamente ao desejo dos moradores de viver rodeados pela vegetação nativa. Como explica o escritório: “os volumes foram dispostos de maneira a abraçar as árvores e aproveitar os desníveis para criar espaços externos únicos e privativos.”
O projeto também lida de forma inteligente com as exigências do clima da região. A casa foi elevada do solo para evitar umidade e utiliza soluções como paredes preenchidas com vermiculita e telhas asfálticas nas áreas sociais foram essenciais para garantir conforto térmico durante o ano todo.
Esse cuidado com o entorno se reflete também na distribuição do programa com duas casas independentes – uma principal e outra de hóspedes. As duas construções foram organizadas em blocos distintos, conectadas por um hall com estrutura metálica e fechamento em vidro. Essa solução favorece a entrada de luz natural e reforça a conexão visual com a paisagem.
Cada casa conta com área social, composta por sala e cozinha, e outra dedicada aos dormitórios. Os espaços sociais têm aberturas generosas que se integram ao deck de concreto externo, criando uma transição fluida entre interior e exterior. Já os dormitórios, mais reservados, possuem laje plana para melhor desempenho térmico.
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Nos banheiros, claraboias trazem luz natural diretamente para os boxes, enquanto o concreto rústico amarelo nas superfícies reflete a luz e amplia a sensação de calor. As janelas contam com saliências de concreto que se projetam para fora, criando nichos que funcionam como apoio para objetos decorativos.
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A estética dos materiais aparentes se destaca nos acabamentos com piso em cimento polido, cimento queimado amarelo nos banheiros e paredes com pintura branca sobre reboco, sem massa corrida. Soluções pensadas para oferecer durabilidade, fácil manutenção e harmonia com a proposta de uma casa de férias.
A madeira marca presença com discrição e funcionalidade. Surge em detalhes pontuais, sempre com acabamento honesto. Toda a marcenaria foi feita em compensado naval aparente, ideal para ambientes úmidos como os da serra. Nos dormitórios, vira cabeceira de cama, trazendo unidade visual e aconchego. São soluções simples, bem resolvidas, que tornam os espaços íntimos ainda mais acolhedores.
O paisagismo foi tratado com o mesmo cuidado do projeto arquitetônico. Em vez de competir com a mata nativa, busca dialogar com ela. As espécies escolhidas são em sua maioria nativas e resistentes ao frio da região.“As plantas se concentram nas imediações da casa e nos muros, deixando o centro do terreno livre para outros usos dos moradores”, explica o escritório. As florações em tons de rosa e lilás completam o cenário, atraem a fauna local e reforçam a conexão entre arquitetura e natureza.
A Casa das Araucárias mostra que é possível unir arquitetura contemporânea, leveza estética e respeito profundo pela paisagem. Com soluções técnicas e visuais que conversam com o clima e o relevo, o projeto transforma luz natural, vegetação e funcionalidade em uma verdadeira experiência de casa de campo. Gostou desse projeto? Veja também várias ideias de casas rústicas.
