Inspirada na forma de uma casca de amendoim, a casa orgânica chama a atenção pelas suas formas sinuosas que entram montanha adentro, e lembram casas de hobbits, escavadas na terra. Seu propósito era remeter às primeiras habitações humanas, como as cavernas. Essa obra inusitada, construída no início dos anos 80, combina design visionário, conforto e harmonia ambiental. Confira o projeto e impressione-se!
Conheça a especialista
Andressa Oliveira é arquiteta e urbanista, com master em arquitetura e lighting design, especialista no cultivo de plantas em casa e experiência em projetos arquitetônicos e de interiores.
Conheça a casa orgânica e veja sua integração com a natureza
Construída em 1984, a casa possui formas curvas, integrando-se à natureza ao redor. A obra fica no distrito de Naucalpan de Juárez, no México, e foi projetada pelo arquiteto mexicano Javier Senosiain. Conforme o profissional, “o conceito do projeto se define a partir de dois grandes espaços: um diurno e outro noturno, buscando a sensação de que no interior a pessoa adentrasse a terra”.
Para sua construção, foi necessário utilizar um material maleável. O ferrocimento formou um esqueleto de metal que depois foi coberto com telas de galinheiro e cimento e, depois, revestido com poliuretano extrudido. A primeira parte da casa apresenta o lado solar, com os ambientes da sala de estar, sala de jantar, cozinha e área de convivência. Já a segunda parte, que fica mais na penumbra, é onde se localiza a área íntima com quarto, closet e banheiro.
Inicialmente a casa foi construída com apenas um quarto. Mas, em 1990, a residência precisou ser ampliada e ganhou um anexo inspirado em outra forma da natureza: um tubarão. Por ficar localizado na parte mais alta do terreno, o espaço tem um vista panorâmica da área natural ao redor. O espaço também inclui um escorregador que contorna a casa pela lateral.
O próprio formato da casa, adaptado ao terreno, protege os espaços internos do sol, sendo o espaço do jardim também a cobertura da casa. No projeto, o externo e o interno se integram de forma natural e orgânica com suaves transições.
O acesso ao interior é feito por um túnel, o qual dá a sensação de se estar adentrando na terra. Na sala de estar, a grande janela em formato curvo garante uma boa visão do exterior, sem deixar faltar o sol, principalmente no inverno. Dentro da casa, todo o piso da casa é coberto por um carpete cor de areia, que traz referência do solo natural, como a terra. A mesma cor se repete em todas as paredes e teto para criar uma continuidade.
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A sua forma livre e orgânica também se destaca com sofás curvos. O mobiliário integrado facilita a circulação. Para armazenar os itens há apenas nichos esculpidos nas paredes. Os ambientes são bem iluminados e arejados, já os corredores internos são baixos, estreitos e escuros, que servem como uma aventura subterrânea a cada ir e vir.
O banheiro reflete a essência da casa com paredes curvas e tons terrosos que criam uma atmosfera acolhedora e fluida. Os revestimentos azuis fogem do padrão monocromático da casa toda. A iluminação é suave, com luz natural entrando por uma claraboia estrategicamente posicionada.
O conforto térmico é outro ponto interessante no projeto. A casa não necessita de ar condicionado, já que a terra e o sol trabalham juntos para manter uma temperatura estável no interior. A temperatura interna varia o ano todo de 18ºC a 22ºC, o que garante ambientes frescos no verão e aquecidos no inverno.
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O arquiteto morou no local com sua família por 25 anos, mas atualmente o lugar abriga apenas exposições e sessões de foto. O projeto funciona em total sintonia com o espaço natural e traduz a busca por uma vida mais simples, sem excessos, e em conexão com a natureza.
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