O clima e estilo das residências começa pelas fachadas de casas. Da rua, o exterior de um imóvel pode expressar a personalidade de seus habitantes e revelar um pouco do estilo da decoração. Entendida como o cartão de visita de uma casa, a fachada não precisa seguir regras específicas e deve ser pensada e planejada de um modo que valorize o imóvel.
A partir dessa identificação, a fachada ainda pode ser bastante adaptada de acordo com os gostos e a personalidade de cada pessoa. “Não existe regra que precise ser seguida em relação às fachadas”, diz a arquiteta Ingrid Furginele, sócia-proprietária da iF²c Arquitetura&Design de São Paulo. Por isso, o segredo está em apostar nos materiais, cores e estilos de portas, por exemplo, para dar à casa um toque mais pessoal e tornar o seu exterior único.
Principais estilos de fachadas
Uma dica importante para quem deseja ter um imóvel que esteja sempre bem valorizado no mercado é investir em um projeto arquitetônico para uma fachada que seja fiel aos padrões dos interiores da casa. Além disso, Ingrid também recomenda que seja priorizado o estilo dos moradores.
Apesar desses fatores serem bastante importantes na hora de planejar o exterior de uma casa, eles não devem ser limitadores. Ainda é possível, mesmo considerando a relevância deles, tomar como referência alguns estilos arquitetônicos mais característicos e adaptá-los para as suas necessidades e desejos.
Para casas modernas
As casas de estilo mais moderno são facilmente reconhecidas: suas fachadas têm linhas mais retas e pode haver uma mistura de materiais na composição. Ingrid também conta que a opção por laje reta e sem telha é frequente, assim como a de “vãos e janelas grandes, com a presença de muitos vidros e a porta pivotante com pé direito duplo”.
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Para casas térreas
Valorize as linhas retas e crie uma composição agradável com diferentes volumes e texturas. Caso queira, você também pode optar por um telhado aparente para maior altura, ou um modelo de platibanda para um visual mais moderno.
Para sobrados
A arquitetura de sobrados costuma acompanhar os mesmos padrões utilizados em casas térreas, variando conforme o gosto de seus proprietários e podendo seguir um estilo mais moderno ou tradicional.
As características mais recorrentes nas fachadas dos sobrados, de acordo com a arquiteta, ficam por conta da pintura: “geralmente, a maioria das pessoas opta por tons mais neutros”, diz. Também pode haver toques pontuais com materiais contrastantes, como madeira.
Para casas com muros
Hoje em dia, os muros são imprescindíveis em casas situadas fora de condomínios fechados, o que pode ser desanimador na hora de projetar uma fachada, já que todo o trabalho ficará escondido. Apesar de não parecer, é possível caprichar no exterior do imóvel e ter um resultado satisfatório, basta incorporar o muro ao estilo arquitetônico.
Para casas simples
As casa de estilo simples costumam seguir padrões mais clássicos, sem muitas linhas retas ou influências geométricas. Normalmente, seus principais elementos são “portas e janelas de madeira ou alumínio em tamanho padrão, telhados com duas ou quatro águas e pintura com texturas”, caracteriza a arquiteta.
Como conciliar muros e cercas com a fachada
Como dito anteriormente, é muito comum atualmente que as pessoas utilizem cercas e muros como forma de se sentirem mais protegidas. Entretanto, é importante destacar que não é preciso abrir mão da segurança para preservar a beleza da fachada. Há vários meios de conciliar essas barreiras com o projeto da casa.
“É possível deixar o muro mais imperceptível trabalhando as alturas das construções ou procurar integrá-lo à residência”, diz Ingrid. Para tanto, é necessário avaliar que tipo de material é mais condizente ao restante do projeto. Vale utilizar a seu favor a pintura, vidros ou o paisagismo.
Uma dica é prestar atenção no planejamento do cerceamento, para que ele acompanhe a arquitetura da casa e não fiquem grosseiros, acabando por ocultar a fachada ou destoando do projeto paisagístico pensado inicialmente.
A importância de um bom projeto paisagístico
O paisagismo é um dos elementos principais no exterior de uma casa. Um jardim bem cuidado e um bom jogo de luzes pode ajudar a completar diversos estilos de fachadas e, certamente, passa a impressão de que seus moradores são dedicados e atentos.
Para evitar erros, a arquiteta paisagista explica que o essencial é ter uma composição de fachada e paisagismo bem integrada e harmônica, “uma fachada horizontal pede uma marcação vertical”, exemplifica. O caminho para encontrar esse ponto de equilíbrio é observar bem o volume e o espaço ocupado por plantas e procurar encaixá-los no projeto de forma que não o deixe pesado, vazio ou exagerado demais.
Com esse objetivo, o maior cuidado indicado pela especialista é o de estudar a proximidade entre as plantas e a estrutura da fachada. “O ideal é manter um espaçamento entre as plantas e o telhado da residência, pois assim ocorre um ajuste estético melhor e mais seguro”, define Juliana Freitas, arquiteta paisagista. Também pode ser interessante procurar combinar o estilo arquitetônico com as aplicações mais comuns das vegetações em construções.
“Uma arquitetura clássica pede um jardim podado e bem cuidado, que tenha plantas como tuia e coníferas”, sugere a paisagista. Já as fachadas mais modernas, podem ser combinadas com plantas de folhagens maiores e de cores que façam um contraste agradável com a cor da casa.
Como escolher plantas para a fachada da casa?
Devido às particularidades de cada tipo de planta, o ideal é optar por aquelas que sejam típicas da região, já que algumas espécies podem se adaptar melhor a climas mais frios ou serem prejudicadas em locais muito úmidos, por exemplo.
Para evitar esse tipo de equívoco, Juliana sugere que no sul do Brasil, onde costuma fazer mais frio, sejam utilizadas plantas de folhagem acinzentada e a palmeira do tipo Traquicarpus. Já no sudeste, segundo a especialista, as espécies mais comuns são: Rapo de Raposa, Washintonia, Iris, Moréia, Marantas e Calateias.
Contudo, essa pequena listagem de plantas não substitui o trabalho de um profissional de confiança que esteja bastante familiarizado com a área onde está situada a casa, pois, como lembra Juliana, devido a grande extensão geográfica do país, há muita variação climática e de solo em espaços consideravelmente pequenos.
Essas avaliações são o ponto inicial para a escolha das plantas que farão parte da composição do projeto paisagístico da fachada de uma residência, mas também há outros fatores que devem ser levados em consideração, afinal “cada projeto tem as suas peculiaridades, pode mudar, por exemplo, se houver criança ou cães na casa”, diz Juliana.
Como escolher o portão ideal para a sua casa
Segundo Ingrid, os portões mais pedidos são os “basculantes com utilização de madeira, vidro ou até mesmo pequenos vãos abertos”. Também há bastante procura pelos tipos mais tradicionais, como os de correr e os basculantes de ferro ou alumínio. Por motivos de praticidade, muitos acabam optando pelos eletrônicos, que dá maior comodidade aos moradores, além de proporcionar segurança e menos exposição a cada saída ou chegada.
Apesar de haver a preocupação com a combinação do portão com o restante da fachada, o arquiteto Gerson Brancalião, do Studio Arquig e do grupo de consultores M2BS, explica que o que determina a escolha do tipo basculante ou de correr é se há espaço disponível para a instalação de trilhos. “Existem desenhos e tipos variados no mercado que podem ser encaixados em diversos estilos arquitetônicos”, observa. Por isso, os portões “podem ser de ferro ou alumínio resistente à corrosão. Há opções mistas, com madeira em algumas partes, mas não é comum, pois o metal dá maior estrutura e pode ter o desenho que quisermos”. Outros materiais muito comuns para portões residenciais, de acordo com o especialista, são o aço galvanizado e as estruturas de madeira tratada em estufa.
É possível, também, integrar melhor os muros e portões com a fachada adicionando a eles elementos que remetam ao projeto, o que já funciona como uma apresentação da residência e revela um pouco do que será visto do portão para dentro. “Os tubulares em alumínio são os mais utilizados, porque garantem também uma ótima ventilação do local e entrada de luz”, indica Gerson.
O maior segredo para escolher o portão mais adequado para a sua casa, no entanto, ainda é analisando seu custo-benefício. “Não podemos só levar em conta o preço, mas devemos ver a durabilidade e a manutenção do mesmo, para que o barato não saia caro mais à frente”, afirma o arquiteto.
Outros três aspectos muito importantes para a segurança e funcionalidade do projeto são lembrados por Gerson:
- A altura do maior veículo que passará pelo portão;
- Tipo de material mais duradouro e de fácil manutenção;
- O raio de abertura dos portões, seja vertical ou horizontal, principalmente se houver clausura entre portões, pois deve haver espaço entre as aberturas.
Mais inspirações de fachadas
O planejamento de uma fachada residencial envolve uma série de fatores que não podem ser deixados de lado, como o próprio gosto pessoal dos proprietários, que interfere completamente no resultado final. Para ajudar na tarefa de tornar ao casa esteticamente agradável, colecionar referências é uma ótima maneira, além de também ser um jeito de conhecer o que pode ser mais adequado para a sua morada.
São várias ideias e estilos para inovar na fachada da sua residência. Aproveite e veja também ideias de revestimento para parede externa para transformar o visual da sua casa.