O Brasil é um país de natureza exuberante, mas não são apenas florestas e praias que encantam. De norte a sul, jardins planejados unem arte, paisagismo e biodiversidade em cenários de tirar o fôlego. Mais do que espaços de lazer, muitos revelam soluções criativas com espécies nativas, composições ousadas e integração com a arte e a sustentabilidade. Eles inspiram desde grandes parques urbanos até pequenos refúgios residenciais. Para despertar seu olhar para a beleza do verde e mostrar como o paisagismo pode transformar os espaços, veja os jardins mais bonitos do Brasil.
Conheça a especialista
Andressa Oliveira é arquiteta e urbanista especialista no cultivo de plantas em casa e com experiência em projetos arquitetônicos e de interiores.
1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RJ)
Fundado em 1808 por D. João VI, é um dos ícones do paisagismo brasileiro. Com mais de 200 anos de história, o Jardim Botânico do Rio se destaca pelo icônico corredor de palmeiras-imperiais, coleções raras de orquídeas, lagos e caminhos sinuosos com pergolados que se misturam a espelhos d’água. A composição cria profundidade e ritmo visual, mostrando como o uso de espécies nativas e tropicais bem posicionadas pode gerar impacto e harmonia em qualquer escala, uma lição ainda muito atual para jardins urbanos ou residenciais.
2. Jardim Botânico de Curitiba (PR)
A estufa em estilo art nouveau, rodeada por jardins floridos de inspiração francesa, combina simetria e cores vibrantes. A organização rigorosa dos canteiros não só transmite sofisticação, mas também inspira projetos modernos que valorizam ordem visual e contraste de texturas, mesmo em espaços menores, mantendo a sensação de amplitude e elegância.
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3. Amantikir Park – Campos do Jordão (SP)
Nas montanhas de Campos do Jordão, o Amantikir reúne mais de 700 espécies distribuídas em 26 jardins temáticos. Caminhos de pedra, mosaicos floridos e vegetação nativa se combinam em um espetáculo visual. A diversidade de estilos internacionais adaptados ao clima local mostra como é possível harmonizar tradição e inovação, ideia que pode ser aplicada em quintais ou pequenos jardins temáticos.
4. Inhotim – Brumadinho (MG)
Inhotim combina coleções botânicas tropicais a obras de arte contemporânea, criando uma experiência em que estética e contemplação caminham juntas. A integração de elementos artísticos aos jardins mostra como soluções criativas, como esculturas, elementos coloridos e vasos decorativos, podem enriquecer projetos paisagísticos atuais, inclusive em espaços compactos, sem perder a sensação de naturalidade.
5. Jardim Botânico de São Paulo (SP)
Um refúgio verde em meio à metrópole, reúne lagos, trilhas, estufas, coleções de bromélias, samambaias, orquídeas e vitórias-régias em áreas de preservação da Mata Atlântica, abertas e fechadas. Seu equilíbrio entre densidade vegetal e áreas abertas mostra como contrastes podem criar ambientes acolhedores. Essa lógica ecoa nas tendências atuais de jardins tropicais, conciliando biodiversidade com espaços de convivência urbana.
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6. Sítio Roberto Burle Marx (RJ)
Residência e ateliê do paisagista que revolucionou o mundo, o sítio reúne mais de 3.500 espécies em composições ousadas, marcadas por cores, texturas e formas orgânicas. Burle Marx foi visionário ao valorizar espécies tropicais e nativas, prática é central no paisagismo sustentável. Seus mosaicos vivos continuam inspirando desde parques até jardins residenciais que buscam identidade e brasilidade.
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7. Jardim Botânico de Porto Alegre (RS)
Fundado em 1958, preserva árvores nativas e coleções científicas da flora regional. Trilhas sombreadas, um lago com grande bambuzal e áreas abertas oferecem diferentes paisagens em um só espaço. Esse jogo entre áreas densas e recantos frescos conecta-se ao paisagismo sustentável, que valoriza sombreamento, conforto térmico e integração da vegetação à vida cotidiana, mostrando como elementos naturais podem criar ambientes harmoniosos e inspiradores, mesmo em jardins menores.
8. Parque Burle Marx (SP)
Localizado no bairro do Panamby, em São Paulo, o Parque Burle Marx foi concebido em homenagem ao paisagista e reúne áreas verdes que misturam jardins planejados e trechos preservados de Mata Atlântica. Entre palmeiras imperiais, lagos e gramados, cria-se uma alternância de áreas abertas e densas que orienta o olhar e organiza o espaço. Essa lógica de contrastes e pontos de respiro é uma tendência aplicada em paisagismo contemporâneo, especialmente em projetos que buscam equilíbrio entre estética e funcionalidade. Em jardins residenciais, essa ideia pode ser aplicada criando áreas de respiro, como gramados ou pequenos decks de madeira, em harmonia com canteiros mais densos e coloridos.
9. Jardim Botânico de Salvador (BA)
Entre trilhas e árvores frutíferas da Mata Atlântica, o Jardim Botânico de Salvador une preservação e lazer. Sua proposta é compor jardins produtivos que unem beleza e funcionalidade. Incorporar espécies frutíferas ou canteiros de ervas aromáticas em espaços domésticos é uma forma prática de trazer abundância e conexão com a natureza.
10. Jardim Botânico de Belo Horizonte (MG)
Integrado ao zoológico da capital mineira, preserva a flora regional em trilhas, lagos, áreas gramadas, espaços de caatinga e um charmoso Jardim Japonês. Essa valorização da vegetação local se conecta à tendência de reduzir a manutenção dos jardins ao optar por plantas adaptadas. Além disso, a presença de gramados, áreas abertas e espaços temáticos como o Jardim Japonês mostra como o paisagismo pode criar respiros de bem-estar e diversidade visual mesmo em ambientes urbanos.
Os jardins mais bonitos do Brasil revelam como o paisagismo pode transformar espaços, unindo beleza, biodiversidade e bem-estar. O uso de espécies nativas, o contraste entre áreas densas e abertas, a integração com elementos artísticos e a valorização de soluções funcionais continuam inspirando projetos atuais – do grande parque urbano ao pequeno quintal residencial. Mais do que locais para visitação, eles são verdadeiras fontes de inspiração.
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