Durante muito tempo, o piso de caquinho foi sinônimo de casa simples e quintal de vó. Feito a partir de sobras de cerâmica, passou décadas esquecido e, muitas vezes, foi arrancado sem dó durante reformas. Mas esse velho conhecido das casas brasileiras está de volta na decoração contemporânea. Mais do que resistir ao tempo, o caquinho conquistou corações com sua estética afetiva, autenticidade e uma nova leitura cheia de estilo. É um revestimento que carrega história, memórias e, agora, também muito charme.
Conheça a especialista
Andressa Oliveira é arquiteta e urbanista especialista no cultivo de plantas em casa e com experiência em projetos arquitetônicos e de interiores.
Um pedacinho da história brasileira
Entre os anos 1940 e 1950, em São Paulo, operários das fábricas de cerâmica começaram a reaproveitar sobras de lajotas quebradas para revestir os quintais e varandas de suas casas. Assim nasceu o piso de caquinho, como uma alternativa econômica às peças de cerâmicas inteiras. A ideia rapidamente se espalhou e chegou às casas da classe média, virando tendência e se firmando como um verdadeiro ícone da arquitetura popular brasileira do século 20.
Em pouco tempo, os cacos que antes iam para o lixo se transformaram nos protagonistas. A procura aumentou tanto que as fábricas passaram a quebrar peças inteiras, com pequenos defeitos ou trincas, de forma proposital, só para atender à demanda. Era comum misturar tons de vermelho com pontos pretos e amarelos para dar mais movimento ao piso.
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O auge do caquinho durou até os anos 1960, quando a classe média migrou para apartamentos e a verticalização das cidades ganhou força. Aos poucos, o piso foi sendo substituído por novos revestimentos durante reformas. Ainda assim, nunca sumiu de verdade. Sobreviveu nas calçadas, nos fundos das casas antigas e, principalmente, na memória afetiva de quem cresceu sobre ele, especialmente paulistanos. Impulsionado pela onda retrô e pela valorização do artesanal, o caquinho voltou a aparecer com destaque em projetos modernos, reinterpretado com criatividade e personalidade.
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Como usar o piso de caquinho hoje?
O caquinho voltou, mas com visual renovado. Atualmente, ele aparece em áreas externas, varandas gourmet, lavabos estilosos e até salas de estar. E o melhor: combina com muitos estilos, do rústico ao contemporâneo. Embora ainda seja possível montá-lo com sobras de cerâmica, já existem versões prontas para aplicar, com cacos cortados, rejuntes nivelados e até peças que imitam o efeito tradicional.
Cozinha moderna e estilosa
Charme na lavanderia
Aconchego retrô em apartamento
Revestimento para as paredes do lavabo
Além do charme e da história, o piso de caquinho é bastante resistente e durável. Quando bem instalado e com a manutenção correta, ele aguenta o uso diário sem perder a beleza. A limpeza é simples e não exige produtos especiais: basta água e sabão neutro para manter o brilho e evitar manchas. E, por ser feito de cerâmica, o piso não sofre com o calor ou a umidade, o que o torna ideal para áreas internas e externas.
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Mas, se a ideia for usar em áreas externas, é bom tomar alguns cuidados. Impermeabilização, limpeza regular e manutenção do rejunte fazem toda a diferença para sua durabilidade. Também é importante escolher uma cerâmica com bom coeficiente de atrito, para evitar escorregões e acidentes.
A memória afetiva que o piso de caquinho carrega é inegável. Ele remete à casa da avó, aos almoços em família e a um tempo mais simples e aconchegante. E é justamente essa sensação que o torna tão atual. O caquinho é uma excelente escolha para quem quer resgatar lembranças, valorizar o feito à mão e trazer autenticidade e estilo para a decoração. Aproveite e veja também como usar móveis retrô na sua casa!
